A ordem do discurso

1942 palavras 8 páginas
Foucault começa “A ordem do discurso” falando sobre a dificuldade que há em se iniciar qualquer tipo de discurso, que há um desejo de haver uma voz para iniciar esse discurso e que quem se pronuncie tenha apenas a função de dar continuidade ou desaparecimento ao que já foi iniciado por essa “voz”. Por isso, ele afirma que a sociedade, como forma de resposta a esse anseio ou receio de se iniciar qualquer tipo de discurso, cria solenidades em torno dos começos, “cerca-os de atenção de silêncio, e lhes impõe formas ritualizadas” (FOUCAULT, 2009, p. 7). Em oposição a isso, há o desejo de quem fala em não ter que iniciar, em não se sujeitar ao risco que a ação de discursar carrega consigo. Tanto o desejo quanto a resposta da sociedade mostram, implicitamente, a carga que um discurso traz: a de mostrar todo o contexto cultural, social, os problemas, as relações de poder que se fazem explícita e implicitamente, além da sua realidade material, isto é, uma “existência transitória”, algo de muito valor destinado a se dissipar de alguma maneira em algum momento.
Então, Michel Foucault cita e explora com detalhes os procedimentos externos de exclusão do discurso. O primeiro procedimento é a interdição, isto é, alguns assuntos não podem ser ditos a qualquer momento, por qualquer pessoa. Como o autor bem define “tabu do objeto, ritual da circunstância, direito privilegiado ou exclusivo do sujeito que fala” (FOUCAULT, 2009, p. 9), não é qualquer pessoa que se pronuncia em qualquer momento sobre qualquer assunto. Dois exemplos que ele dá sobre assuntos delicados na sociedade são sexualidade e política e, de maneira a acrescentar nessa exemplificação, a meu ver, religião se encaixa nessa classificação também. O discurso, mesmo que aparentemente seja curto, traz consigo muito, e as interdições envolvidas mostram a ligação com o poder e com o desejo: o discurso passa a ser objeto de desejo, a partir do momento que é visto como objeto de poder. O segundo princípio de exclusão

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