A indústria cultural

A INDÚSTRIA CULTURAL
Assim, neste processo, os veículos mais utilizados e destruídos, são a arte, a língua nacional e a linguagem em sentido universal. A indústria cultural, através de suas proibições fixa positivamente uma linguagem uma sintaxe e um léxico próprios. Assim, a necessidade de efeitos novos só faz acrescentar a autoridade do que já foi transmitido, ao qual cada efeito particular desejaria esquivar-se.
Referindo-se a arte, o que importa para o sistema é criar-lhe um idêntico, como se fosse um outro da arte, mas não é ainda antiarte, assim, faz-se necessário que a indústria cultural apresente seus produtos como se fossem arte, dessa forma eles são um outro que ocupa o lugar da arte, sem contudo possuir a sua tensão investigadora de novidades. Este outro da arte, que não é arte é sempre o mesmo que apenas se apresenta como se novo fosse. Também não é antiarte, pois esta é um grito de rebeldia da contracultura que, ao ser incorporada pela cultura se anula, passando a ser vendida como qualquer potro produto em liquidação.
A vulgarização da arte denomina-se de fenômeno do Kitsch, que designa objetos, obras de arte ou espetáculos de mau gosto, exibindo valores sublimes. O vulgar cobiça ser refinado, o brega assume ares de choque, apostando em um belo que está longe de ser verdadeiro.
Com isso, a arte, a língua e a linguagem reduziram-se a signos sem significado, designando apenas coisas para pessoas-coisas, representando a morte do sentido em definitivo. Os espetáculos mostram a duplicação dos objetos empíricos, a língua é a do silêncio, o lazer é apenas uma extensão preparatória para um novo dia de trabalho, o erotismo é transformado pornografia, tornando-se negação da sexualidade. Assim, a coisidade da coisa externa substitui, no homem, seus sentidos e seu espírito, estes que deveriam compor um homem inteiro e vivo, porém, são decompostos em fragmentos verificáveis, de tal maneira que a relação sujeito/objeto é superada, eliminando-se o sujeito,