A crise internacional afeta o Brasil
Guerra comercial, alta do real e queda nas exportações para a Europa e a Ásia são alguns dos efeitos a atingir o País por Luis Nassif — publicado 22/05/2012 11:34, última modificação 22/05/2012 11:38 inShare
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A crise internacional afeta o Brasil nas seguintes frentes:
1 - A estagnação da Europa reduz as exportações brasileiras para lá, ao mesmo tempo em que gera excedentes da produção europeia.
2 -Também impacta as exportações da zona asiática, afetando preços de commodities agrícolas e minerais, com impactos especialmente sobre Brasil e América Latina.
3 - Aumenta a guerra comercial, com europeus e asiáticos tentando desovar seus excedentes nas economias emergentes. O real desvalorizado aumenta o preço de produtos importados - dentre os quais máquinas e equipamentos. Mas a crise internacional leva os países produtores e reduzir seus preços em dólares.
Em relação à crise de 2008, o país têm as seguintes vantagens:
4 - A constituição de reservas cambiais e a solidez do sistema bancário torna o país menos exposto ao trancamento de crédito.
5 - Em 2008 a Fazenda teve que jogar quase sozinha na implementação de medidas anti-cíclicas. Agora, o Banco Central rompeu a paralisia dos últimos 20 anos e se tornou pró-ativo.
Mas não pode contar com outras vantagens da crise de 2008:
6 - Na primeira onda de crédito, havia uma enorme demanda reprimida. Em um primeiro momento, o atendimento da demanda permite saltos no mercado. Atendida a demanda, o crescimento do mercado passa a ser incremental. Só seria auto-sustentado se esse impulso inicial tivesse se transmitido para a cadeia dos fabricantes. A desatenção para o câmbio fez com que a maior parte desse aumento de consumo fosse apropriado pelas importações.
7 - Não é tarefa trivial a recomposição da cadeia produtiva da indústria. Nos últimos 20 anos, o câmbio apreciado mudou estruturalmente a cadeia de fornecedores da indústria - mais agudamente no