A construção histórica social do sentimento de infância
É só a partir do século XVI que mudanças de concepções referentes à criança e a infância são notadas. Do século XVI para o XVII, na Europa, começam a perceber a criança como um ser diferente do adulto. Surge um sentimento de infância. Sentimento esse um pouco distorcido, uma vez que as crianças eram vistas como objeto lúdico dos adultos. Um sentimento que poderíamos chamar de paparicação.
O sentimento da infância não existia - o que não quer dizer que as crianças fossem negligenciadas, abandonadas ou desprezadas. O sentimento da infância não significa o mesmo que afeição pelas crianças: corresponde à consciência da particularidade infantil, essa particularidade que distingue essencialmente a criança do adulto, mesmo jovem. Essa consciência não existia
Nesse momento que a infância estava começando a ser descoberta na Europa como uma idade específica da vida, pois inexistia o sentimento de infância antes da Idade Moderna, constituía a época em que estava ocorrendo à colonização do Brasil. Dessa forma, os europeus, enquanto colonizadores trouxeram seus valores, costumes, e naturalmente suas idéias referentes à infância para o Brasil. Assim, dentro dessa nova construção moderna, foram sendo soterradas concepções de criança como um adulto anão e paulatinamente foi cedendo lugar para a afirmação da infância como uma construção social.
Enquanto na Idade Média, as crianças aprendiam tudo através das relações diárias com os mais velhos, no princípio da Idade Moderna começa a existir uma segregação dessa criança havendo, inclusive ambientes diferentes, ou seja, aqueles destinados aos adultos e outros às crianças. Essa concepção da Idade Moderna remete a questão que, para se ter uma boa educação, as crianças precisavam afastar-se do convívio social do qual não pertencia, o mundo dos adultos.
AS CONSTRUÇÕES SOCIAIS DA INFÂNCIA
A criação de uma criança inocente e pura não era parte do mundo real