A casa banderista
Luiz Saia dedicou parte considerável de sua interpretação na análise e caracterização da sociedade bandeirista. Para o autor, o fato dela ter se desenvolvido sem depender de “fenômenos alheios ao seu ambiente”,
“tanto na conquista da sua autonomia social como no seu crescimento”, acabou definindo seu caráter sui
generis em relação ao restante da colônia. Essa particularidade, prossegue, foi que possibilitou essa sociedade estabelecer seu próprio “impulso de crescimento”. Segundo ele, o fato da vida do “sr. feudal paulista”
ter se estruturado em função da propriedade de índios e não de terras, invertendo por completo o “conceito
feudal de sesmaria”, acabou moldando nessa sociedade um caráter também militar.
Um outro ponto desenvolvido nesse texto foi o do processo de adaptabilidade às condições adversas com
que os colonizadores se depararam. Para ele, nos primórdios da instalação dessa sociedade de caráter
“feudal-militar”, os paulistas encontraram dificuldades para se estabelecerem devido a “êrro de técnica e
impropriedade de material humano” e tiveram que superar o fracasso de sua atuação. E para isso,
“[...] inventam uma solução: o mameluco. O mesmo mameluco que foi guia da bandeira, o fornecedor de
informações e, especialmente, o fornecedor daquela sensibilidade indispensável para intimizar o bandeirante com seu campo de batalha [...] O mesmo mameluco que foi a mais importante e legítima invenção do fenômeno paulista [...] O próprio paulista, seguro e orgulhoso, proclama e documenta a importância de sua
presença forte na vida colonial” (SAIA, 1955, p. 6-7)
Para o autor, em meados do século XVII, quando todos os quadros da sociedade bandeirista se estabelecem de acordo com a “experiência local” e com uma “linguagem característica”, a arquitetura também encontra o material mais adequado e a forma capaz de responder às características dessa sociedade, como os
dispositivos da igreja, de