A análise do panorama internacional e a sobrevivência política
A análise do panorama internacional e a sobrevivência política
Logo em seu início, o livro ”World Politics – The Menu for Choice” (Russet et al., 2010) procura destacar umas das principais funções da Ciência Política. Embora não seja possível prever acontecimentos de grande impacto no contexto das relações internacionais, os cientistas políticos preocupam-se em entender os fatores que contribuem para a ocorrência de um determinado evento e estabelecer modelos de comportamento similares. Para isso, é fundamental o estabelecimento de níveis de análise, organizados de acordo com sua importância e complexidade. J. David Singer introduziu essa ideia conceituando dois níveis amplos: o sistema internacional e a nação-Estado. O primeiro abrange influências externas e observa as relações internacionais como um todo, procurando estabelecer padrões e compreender a interdependência entre as nações. Já o segundo nível investiga as condições individuais de cada Estado, e fornece um panorama mais detalhado e aprofundado da situação mundial. Assim, analistas precisam escolher a perspectiva segundo a qual desejam estudar um fenômeno internacional: a "macro" ou a "micro. Mais recentemente, foi proposto um esquema mais elaborado, que considera seis níveis de análise de influência relevante no panorama internacional: os indivíduos responsáveis pela tomada de decisões, e suas características; o papel destes na sociedade, e como isso afeta seus interesses e perspectivas; a estrutura de governo na qual estes estão inseridos; as características da sociedade que governam; como se relacionam com outras nações; e, finalmente, o sistema mundial vigente. Estes níveis afetam as oportunidades disponíveis frente ao momento de uma decisão. Segundo Otto von Bismarck, "a política é a arte do possível", de modo que o curso de ação de uma nação é determinado pela disponibilidade de recursos e de tecnologia. Embora a importância de agentes não-estatais seja reconhecida no