Violencia sexual
Como enfrentar este problema de saúde pública e conseguir ter mais segurança em sua prática diária da medicina O quadro hoje representa uma triste sina: a cada três mulheres, uma sofrerá violência em algum momento da vida
Por definição do Conselho Econômico e Social das Nações Unidas, a violência sexual é um problema de saúde pública e deve ser combatido em todo o mundo, por todos os governos. Em concordância com a gravidade da questão, e diante do crescimento da incidência de agressões físicas e morais no Brasil, a FEBRASGO tem muito bem estruturada uma Comissão Nacional Especializada de Violência Sexual e Interrupção da Gestação Prevista em Lei. Cabe à Comissão disseminar ações preventivas e curativas na atenção às mulheres e adolescentes que sofrem violência sexual, por meio de discussões com médicos e com a sociedade, enfatizando sempre os direitos do gênero feminino. No entanto, há ainda um grande contingente de médicos não familiarizados com as rotinas e profilaxias necessárias. De acordo com o dr. Cristião Rosas, presidente da Comissão e um dos autores do artigo de revisão “Violência sexual: procedimentos indicados e seus resultados no atendimento de urgência de mulheres vítimas de estupro”, o especialista em ginecologia é, em grande parte dos casos, um dos primeiros profissionais a ter contato com as vítimas de violência sexual, e também aquele com mais chance de identificar essa mesma situação nos casos em que a mulher prefere não denunciar. “A paciente espera do médico a capacidade de apreciar e tratar seu problema. Mas nem todos os especialistas estão preparados para atender às suas necessidades, temos de admitir.” A FEBRASGO, assim como a Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO) e a Federação Latino-Americana (FLASOG), empenha-se no estímulo à atenção contínua ao problema por parte dos associados e também das instituições de saúde, para que