Uso de quitosana modificada para adsorção de metais

1. INTRODUÇÃO
1.1. Considerações gerais Inúmeras atividades industriais, tais como as realizadas por indústrias de galvanização, mineradoras e curtumes, são responsáveis pela emissão de águas residuais contaminadas por metais pesados como cádmio, chumbo, mercúrio e cromo. Estes contaminantes representam um sério problema ambiental quando atingem fontes de águas superficiais e/ou subterrâneas. Metais pesados não são biodegradáveis e se acumulam nos organismos vivos, acarretando várias doenças e distúrbios. Como exemplo, os efeitos provocados por intoxicação com cádmio variam desde dores de cabeça, febre e fraqueza até danos nos pulmões, fígado e rins, osteoporose e câncer, em casos de exposição prolongada [1]. Entre os processos usados no tratamento de efluentes industriais para remoção de metais pesados, encontram-se métodos de precipitação química, filtração por membranas, troca iônica e processos de adsorção envolvendo vários materiais sólidos porosos [2]. Esses adsorventes podem tanto ser de origem mineral, como zeólitas, sílica e alumina, ou serem provenientes de matéria orgânica, como carvão ativado, serragem, bagaço de cana, quitina e quitosana [3].

1.2. Quitina A quitina é um polímero de origem animal. Representa o principal constituinte estrutural das carapaças de crustáceos, invertebrados marinhos e insetos, ocorrendo também na parede celular de certos fungos. Foi isolada pela primeira vez a partir de fungos superiores em 1811 por Braconnot como uma fração resistente a álcalis. A análise do produto, denominado de fungina, mostrou ser uma mistura de quantidades quase iguais de quitina e poliglucanos não-nitrogenados. Braconnot também observou a formação de ácido acético a partir da fungina e concluiu que se tratava de uma substância nova e distinta. Em 1823, Odier isolou um resíduo insolúvel tratando o exoesqueleto de insetos repetidamente com uma solução de KOH, batizando o produto com o nome de quitina [4] (do grego χιτων, khitōn,