Universidade

As crianças não se perdem mais em livros feitos especialmente para elas, pensam que são grandes demais pra isso. Querem crescer logo e ler os livros que os outros estão comentando, os livros da moda. Enquanto isso os pobres livros mais antigos ficam esquecidos, pegando poeira nas estantes de bibliotecas, sem ninguém que dedique um momento a eles, pobres coitados. Isso é justo, por acaso? Depois de passar tanto tempo sendo manuseados por mãozinhas suadas e estarem acabados, mas felizes, são simplesmente deixados pra lá, aposentados e sem perspectiva de futuro diante da tecnologia.
Claro que eu mesma amo um livro novo, até porque tenho alergia. Por isso tento cuidar ao máximo para que os meus envelheçam devagar. Mas se eles não estão mais em condições de uso, deem um “descanso eterno” a eles e publiquem novas edições para que os personagens não morram no esquecimento!
De vez em quando as editoras republicam edições de clássicos mundiais, que todo mundo já conhece e pode comprar onde quiser. Mas A Bolsa Amarela, assim como outros livros da Lygia Bojunga, é um clássico pra mim e merece um espaço também. A última edição é de 2002 (com uma capa excessivamente colorida, na minha opinião), mas cadê a divulgação? Pois eles se dão apenas ao trabalho de mostrar livros novos e isso não é justo!
Desse modo, faço aqui uma campanha pelo relançamento e divulgação dos meus clássicos, dos seus clássicos e dos clássicos brasileiros esquecidos de todo mundo que viveu, riu e chorou com eles. Porque as crianças de hoje precisam saber o que são os livros de verdade.