Uma realidade imersa no hiperespaço

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Se pensar na teoria do cinema é indubitavelmente levantar discussões acaloradas sobre os diversos elementos que compõe o cinema. Durante o decorrer desta consolidação da sétima arte, tivemos diversos teóricos discorrendo sobre o assunto, desde as concepções dos formalistas russos quanto ao conceito de montagem, os classistas Bazin e Kracauer defendendo uma estética realista até uma analise semiótica destes elementos.
Falar da teoria do cinema é pra nós cineastas falar de nós mesmos, nos questionar sobre o que de fato fazemos, não só como pesquisadores, mas como realizadores, é entender os processos conscientes e inconscientes dessa construção de sentidos. Fazer uma análise minuciosa de todos os momentos presentes nessa consolidação da sétima arte, de certo modo é ambicioso e extremamente trabalhoso. Dentro dessa ótica, o que eu venho propor no meu texto é na verdade estabelecer relações e questionar sobre como seria a leitura de Bazin sobre uma obra que traz reflexões, filosóficas, sociológicas e que se utiliza de vários meios tecnológicos para questionar sobre a própria realidade.
Dentro do que Bazin entende por estética realista, temos diversos elementos que de certa forma sobressaem dentro do cinema. O que diria Bazin se a ele fosse apresentado uma obra cinematográfica que questiona a própria realidade e tem por objetivo desconstruí-la e ao mesmo tempo nos apresentá-la como sendo a própria realidade?
O filme Matrix dos irmãos Andy e Larry Wachowski de 1999 traz exatamente estes questionamentos quanto a realidade, é com base nesta obra que procuro discorrer sobre a proposta realista de Bazin e as dificuldades de sustentar suas teorias frente a um filme com esta proposta. O filme Matrix nos apresenta três níveis de realidade, a realidade dramatúrgica do filme, o que nos é apresentado como a nossa realidade e a realidade do filme como uma obra audiovisual. Nessa primeira realidade se estabelece uma relação dialética entre a fábula e a narrativa, ou seja, a

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