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A queda da Casa de Usher à luz da Filosofia da Composição

A queda da Casa de Usher à luz da Filosofia da Composição

Ao ler o conto “A queda da casa de Usher”, baseando-se na Filosofia da Composição podemos observar que o autor prefere começar seus contos considerando um efeito, em linguagem mais clara: um desfecho. No caso do conto “A queda da casa de Usher” desde o início quando o narrador personagem se encontra diante da Casa é ressaltado os elementos que acompanharão o conto até o seu término. O estranho é o elemento provocador do efeito. O terror será tanto maior, quanto maior o espanto causado pelo estranho. Para comprovar que não há no conto um elemento surpresa, sendo este elemento (efeito) o que guiará toda elaboração da obra vale atentar-se para o próprio nome que revela o desfecho da obra, ou seja, a destruição da Casa. Observe a seguinte passagem:

Durante um dia inteiro de outono, escuro, sombrio, silencioso, em que as nuvens pairavam, baixas e opressoras (...) finalmente me encontrei diante da melancólica Casa de Usher. (Histórias extraordinárias Edgar Allan Poe, 2011, p.55).

O tom usado é o terror e a extrema melancolia, onde Poe trabalha os dramas enfrentados pela alma em suas diversas faces, neste mesmo tom ele tece o conto num ambiente tão hostil, dramático, melancólico, quanto no psicológico das personagens.

Assim como em “O Corvo” o autor elege a melancolia como tema mais apropriado para sua composição e isto está descrito na Filosofia da Composição: “Assim, a melancolia é o mais idôneo dos tons poéticos”, palavras de Poe.

Por fim, a queda literal da Casa é marcada por um fim trágico, onde todos os medos e dramas encerram-se com a morte. E não é possível distinguir concretamente o real do imaginário, deixando sempre a dúvida: onde termina a realidade e começa o