TESTE

TEATRO DOM CASMURRO
Narrador – Escobar meteu-se a nadar, foi enrolado e morreu.
Dom Casmurro – Vão fazer companhia a pobre Sanchinha; eu vou cuidar do enterro.
Narrador – Assim fizeram. Quisera ele que o enterro fosse pomposo, e a afluência dos amigos foi numerosa.
José Dias ouviu também falar dos negócios do finado, divergindo alguns na avaliação dos bens, mas havendo acordo em que o passivo devia ser pequeno.
Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Só Capitu comparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...
As dele cessaram logo. Capitu enxugou-as depressa, olhando a fruta para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha.
Momento houve que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos.
(Representação)
Narrador – Bentinho com muita desconfiança pediu uma xícara de café ao copeiro, e estava decidido a se auto- envenenar. Quando ia beber, pensou que seria melhor esperar que Capitu e Ezequiel fossem à missa. De repente seu filho o surpreendeu com muita saudade e amor, mas ele com um impulso criminoso inclinou-se para dar a xícara ao menino.
Ezequiel – Vou à missa com a Mamãe Papai.
Dom Casmurro – Toma outra xícara, meia xícara só. Anda, bebe!
Narrador – Mas para seu espanto ele recuou.
Ezequiel – Papai! Papai!
Dom Casmurro – Não, não, eu não sou seu pai!
Narrador – Assim que o mesmo levantou a cabeça, deu-se com Capitu. Ela pediu ao filho que fosse embora, e pediu-lhe que explicasse...
Dom Casmurro – Não há o que explicar.
Capitu – Há tudo; não entendo as tuas lágrimas nem as de Ezequiel. Que houve entre vocês?
Dom Casmurro – Não ouviu o que lhe disse?
Capitu – Choro e ruídos! O que