Teste

Mestrado em Desenvolvimento Social
Unimontes - MG

A FESTA E O CALENDÁRIO RELIGIOSO
NA DEMARCAÇÃO DOS TEMPOS DA VIDA SOCIAL

João Valdir Alves de Souza1

INTRODUÇÃO
Fui convidado para falar sobre um tema provocante: insurgências universais e saberes locais.
Apesar de esse título captar, de modo consistente, a complexa dinâmica entre o global e o local, o geral e o particular, o universal e o singular, ele é demasiadamente amplo para ser abordado dentro dos limites de tempo disponíveis em um evento como este. É preciso, pois, fazer escolhas.
Essa escolha é feita a partir de uma série de possibilidades. Poderíamos discutir, por exemplo, em uma perspectiva econômica, os efeitos da globalização no reordenamento produtivo local, do processo de industrialização à monocultura do eucalipto e seus efeitos na agricultura familiar; em uma perspectiva social, elementos que implicam mudanças dos padrões da composição demográfica da população, na mobilidade social, nas migrações, na nova dinâmica do trabalho, nos movimentos sociais, dentre muitos outros; em uma perspectiva política, os novos arranjos do poder, esteja ele no plano do
Estado ou da sociedade civil, no governo ou no povo, no cenário global/nacional ou no regional/local, institucionalizado ou não. Apesar de relevantes, não é dessas questões que se tratará a seguir.
De que se tratará, então? Ficamos com a perspectiva cultural, mas essa é, também, demasiadamente ampla. Poderíamos abordar a mídia e as complexas relações entre indústria cultural e saberes locais; poderíamos abordar a escola e as densas relações entre currículo e cultura; poderíamos abordar a constituição da modernidade e a tensa disputa de hegemonia cultural entre a Igreja e o Estado moderno. Então, se uma escolha há que ser feita, eu vou escolher um tema aparentemente pouco acadêmico para, por meio dele, apontar alguns elementos constitutivos dessa provocante e complexa relação entre insurgências universais e saberes locais.