subjetividade na filosofia

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Subjetividade na filosofia

Platão e Aristóteles exprimem fielmente a verdade da cidade grega quando a apresentam como uma cidade orgânica que engloba os cidadãos como totalidade viva, engloba suas partes e, por isso mesmo, não deixa nenhum espaço para o princípio da subjetividade. A cidade Grega não deixa nenhum espaço para a liberdade individual, para a consciência moral, para a moralidade. Nela os indivíduos estão em imediata adequação com o universal, que consiste não em um princípio exterior, mas nos costumes, em uma vida ética que se realiza de uma maneira simplesmente orgânica. Em outras palavras, a cidade grega engloba os cidadãos como se ela fosse a sua segunda natureza imediata e certamente, o princípio da subjetividade afirmou-se no próprio âmago da cidade grega, aparecendo de repente em meio às características de Sócrates. Sócrates foi, na verdade, o filósofo que introduziu na praça pública o questionamento das tradições, dos costumes, dos hábitos, em nome da convicção pessoal. Desde então, encarnou a ideia do indivíduo como consciência moral, como sujeito autônomo, como querer individual, como iniciativa singular. É precisamente pelo fato da cidade ser de natureza simples ou imediatamente orgânica que ela era como estrutura incapaz de acolher em si uma vontade livre, e esta não podia se integrar nela. Ela não podia acolher e absorver Sócrates, pois, desde que este assumiu um distanciamento em relação aos costumes, hábitos, usos, ele apareceria para ela como uma vontade separada do universal, e, portanto arbitrária. No seio de uma cidade que se entende como naturalmente orgânica, como a segunda natureza dos indivíduos, a vontade livre não pode parecer senão uma vontade arbitrária. O princípio da subjetividade é, à primeira vista, interpretado como princípio da liberdade arbitrária ou do capricho individual. Uma vontade livre não pode aceitar ser integrada em tal cidade, pois assim como o universal se identifica com os usos, os costumes, as

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