Sopa de nenem
"A criança deve ser agente. Precisa ter canais de percepção abertos para entender os elementos da música, avaliá-los de forma crítica, produzir música e se comunicar através dessa linguagem", afirma a professora Denise Ursine, do Colégio Sagrado Coração de Maria, em Belo Horizonte/MG. Esse trabalho, avalia, mais que propor uma forma de linguagem, tem inúmeros resultados também na formação cultural, no convívio social e no desenvolvimento sensório-motor dos pequenos.
Primeiros sons
O primeiro sentido a se desenvolver no bebê, ainda no útero, é a audição. E o primeiro aprendizado é a escuta do coração da mãe. A partir do quinto mês de gestação, o bebê já percebe sons externos e reage a eles. Depois do nascimento, as paisagens sonoras se multiplicam. "Não impomos barreiras aos sons que ouvimos, eles nos atingem imediatamente", diz Denise.
Nos primeiros anos de vida, a criança começa a estabelecer relações com os sons e, através de atividades de discriminação, desenvolve o que a professora chama de "ouvido pensante". "Não é só cantar musiquinhas, é um trabalho de descoberta e questionamento." Segundo ela, a valorização da iniciação musical na educação infantil oferece às crianças novas ferramentas para lidar com o mundo.
Ela observa que, na Grécia antiga, a música desempenhava importante papel na formação do caráter e da personalidade das crianças desde o início da infância, fazendo parte da educação formal. Mas a opção pelo aprendizado de um instrumento musical, afirma, não