Serviço social

O processo de consolidação do Serviço Social no Brasil e a constituição do ethos profissional.
Havia o medo da infiltração das ideias comunistas e ainda para aumentar-lhes a preocupação, um distanciamento do governo central que vinha marginalizando a burguesia paulista, por esta razão houve grande incentivo por parte da família das moças para que participassem. De certa forma, através desse curso, abria-se a possibilidade de a mulher paulista marcar sua presença no processo político que seu próprio desenrolava o Estado. Para a classe dominante o que importava eram os resultados materiais e concretos (obtidos pela forma de resposta profissional, voltada para o ajuste e a mudança de comportamento). O que não livra a profissão e seus agentes da responsabilidade das sequelas sociais, ao contrário, este tipo de intervenção foi apenas incorporado pelo aparato institucional, pois era fundado pelo pensamento reformista-conservador.
A profissão não recebeu da burguesia os elementos conservadores que compõem seu ethos profissional [ética profissional] justamente por possuí-los em suas protoformas e estar fundada sobre eles, tornou-se área de investimento institucional e político burguês, com apoio da Igreja Católica, e embora nem todos seus primeiros agentes fossem oriundos da elite da sociedade, alguns eram e muitos se aproveitavam disso, trazendo de suas trajetórias pessoais e de classe, muitos dos elementos constituintes deste ethos profissional. Um dos principais protagonistas do pensamento conservador nos primórdios da profissão foi a Igreja, que fez com que o Serviço Social se nutrisse de um “arranjo teórico-doutrinário”, permitindo com que se por um lado, a profissão conquistasse espaço na divisão social e técnica do trabalho, por outro mantivesse o caráter de uma profissão voltada para elevados ideias de serviço ao homem.
Essa ambiguidade de uma profissão inscrita na divisão do trabalho e ao mesmo tempo configurar-se como uma expressão do laicato, incidiu