Sermão de santo antônio aos peixes, de pe. antônio vieira
Critica a prepotência dos grandes, que, como peixes, vivem do sacrifício de muitos pequenos, os quais "engolem" e "devoram". O alvo são os colonos do Maranhão, que no Brasil são grandes, mas em Portugal "acham outros maiores que os comam, também a eles".
Na abertura do Sermão de Santo Antônio aos Peixes, a apresentação do tema de extração bíblica (Vos estis sal terrae) oferece oportunidade para o questionamento das causas da ineficácia da oratória sacra. A argumentação conceptista apóia-se no paralelismo sintático, na repetição anafórica das alternativas que servem de eixo básico do raciocínio: "Ou é porque o sal não salga, ou porque a terra não se deixa salgar".
Comparações
"Certo que se a este peixe o vestiram de burel e o ataram com uma corda, parecia um retrato marítimo de Santo António."
"O que é a baleia entre os peixes, era o gigante Golias entre os homens."
"(...) com aquele seu capelo na cabeça, parece um monge; com aqueles seus raios estendidos, parece uma estrela; com aquele não ter osso nem espinha, parece a mesma brandura (...)"
"As cores, que no camaleão são gala, no polvo são malícia (...)"
"(...) e o salteador, que está de emboscada (...) lança-lhe os braços de repente, e fá-lo prisioneiro. Fizera mais Judas?"
"Vê, peixe aleivoso e vil, qual é a tua maldade, pois Judas em tua comparação já é menos