Saude Mental

INTRODUÇÃO

Nesta tese recorremos a alguns dos elementos presentes no processo de produção de conhecimento no campo da Saúde Mental e Trabalho. Interessava-nos, precisamente, compreender as inter-relações entre a situação de trabalho e a saúde mental das professoras1 primárias2 da rede pública municipal de João Pessoa, capital do estado da Paraíba. A delimitação específica de uma situação de trabalho relativa à docência nos oferecia a possibilidade de exame aprofundado entre as relações desse trabalho com as vivências de prazer e sofrimento psíquico das professoras.

Inicialmente, as problemáticas subjacentes ao mundo do trabalho e da saúde mental apresentaram-se-nos por meio da inserção na prática de Educação Popular e Psicologia Social Comunitária3 e na atuação por dois anos como psicóloga no Hospital Psiquiátrico Colônia Juliano Moreira, em nosso estado.

O enfrentamento das problemáticas inerentes a essas experiências levaram-nos à reflexão sobre o processo de resistência e luta dos trabalhadores e das trabalhadoras em prol de sua saúde, o que verificamos desde as primeiras e já citadas incursões até nossa prática no momento da entrada no doutorado, como integrante do Grupo de Pesquisas Subjetividade e Trabalho - GPST, do Setor de Estudos e Assessoria a Movimentos Populares - Seampo e como parceira do Centro de Referência em Saúde do trabalhador - Ceresat, todos vinculados à Universidade Federal da Paraíba - UFPB. Desse modo, a intenção de realizar o doutorado decorreu da conjugação de diferentes fatores, dentre os quais se destacam, de um lado, essa iniciativa que vem ao encontro de uma aspiração acadêmica, de buscar o aprofundamento na qualificação necessária para responder de forma mais satisfatória às demandas que nos vêm sendo solicitadas no nosso próprio cotidiano profissional; e, por outro lado, contribuir para a construção de conhecimento no campo da Saúde Mental e Trabalho, especificamente do trabalho docente.

Por que professoras primárias em