Revolução Científica SHAPIN
SHAPIN, STEVEN. “INTRODUÇÃO”. In: A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA”. Portugal: DIFEL, 1999, p.23-35.
A ideia de ter ocorrido uma grande transformação, localizada no tempo e no espaço, que veio a modificar a forma como o homem compreendia o mundo natural, a chamada “Revolução Científica”, se apresentava presente nos estudos historiográficos de forma inquestionável. Steven Shapin, inserido na linha historiográfica denominada estudos sociais da ciência, inicia a introdução de seu livro com a seguinte frase que sintetiza sua polêmica: “A Revolução Científica não existiu, e este livro é acerca disso.” Os estudos historiográficos recentes, os quais Shapin faz parte, visam procurar compreender a ciência como uma atividade historicamente situada e construída, e portanto, questionam a existência de um homogêneo e singular momento de nascimento da ciência moderna, evidenciando a pluralidade de formas e concepções simultâneas a essa visão que o século XVII vivenciou. Historiador e sociólogo, o autor também conhecido como Franklin L. Ford, foi professor de Sociologia na Universidade da Califórnia, em San Diego e na Unidade de Estudos de Ciências, Universidade de Edimburgo e atualmente ministra aulas de História da Ciência na Universidade de Havard. Recebeu o premio Erasmus prestígio em 2005 por seu livro mais conhecido “Leviathan ea Air-Pump: Hobbes, Boyle e a Vida Experimental”.
A pouco tempo a existência de um momento de ruptura com o pensamento antigo e o desenrolar de uma verdadeira transformação mental que reordenou toda maneira de compreensão do mundo natural, a Revolução Científica, era um acontecimento irrefutável. Steven Shapin, cita historiadores como o francês Alexandre Kovré e o inglês Herbert Butterfield que defendem e deram forma a essa visão de que entre os séculos XVI