http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-41612009000300003O segundo governo Vargas propunha avançar na montagem de infraestrutura para o desenvolvimento econômico, possibilitando a integração da indústria pesada de bens de capital e de insumos e aplicando capitais públicos nos empreendimentos estratégicos, tais como petróleo, eletricidade e siderurgia. Vargas tinha como objetivo promover uma integração vertical da industrialização e, para isso, buscou uma aliança com os Estados Unidos, através de empréstimos públicos e colaboração técnica. O projeto foi levado a cabo, como era a prática getulista, por dois caminhos: a Assessoria Econômica e o Ministério da Fazenda. A primeira, com orientação nacionalista, formulou os projetos de criação da Petrobrás e da Eletrobrás. O Ministério da Fazenda, de orientação ortodoxa, criou a Comissão Mista Brasil-Estados Unidos (CMBEU) e a Comissão de Desenvolvimento Industrial. A primeira tinha sido negociada ainda no governo Dutra, mas só foi instalada com Vargas empossado, e a segunda foi encarregada de planejar uma política abrangente de industrialização. Esta última, porém, não tinha nenhum poder de decisão. Os projetos da Assessoria Econômica privilegiavam o papel do Estado, mas reconheciam a necessidade de incentivar a entrada de capitais estrangeiros como forma de contornar a restrição externa. Como a situação externa continuava tensa no início dos anos de 1950 - no ano de 1952, o déficit no balanço comercial foi de cerca de quatro por cento do PIB - e, naquele momento, explodia o processo de substituição de importações, a política econômica de Vargas passou a sofrer fortes restrições. A crise nas contas externas agravou-se em 1953, pela exacerbação da guerra fria e do conflito da Coréia. Tal crise provoca uma mudança ministerial e Osvaldo Aranha é nomeado Ministro da Fazenda. Cônscio do problema cambial, declarou que a industrialização era "devoradora de divisas" e respondeu ao quadro de crise cambial