Resumo Berreman

1465 palavras 6 páginas
“Estar situada” (Geertz, 1978) em um campo de pesquisa realizando uma etnografia, me lembrava o que Berreman (1975) descreve como controle de impressões, que seriam as impressões que o pesquisador e o pesquisado teriam um do outro, podendo influenciar na maneira e veracidade das descrições e relatos, como também na prática de campo. Essa tentativa de “controle de impressões” é algo comum entre o pesquisador e seus sujeitos, cada um tentando dar ao outro a impressão que é conveniente ao seu interesse, pois “constitui um aspecto de qualquer interação social”. Deste modo, as informações obtidas devem ser pesadas, pois nem sempre o que se vê ou escuta pode revelar a “verdade” dos fatos (Berreman, 1975).

A cultura pensada como um conjunto de comportamentos, costumes, hábitos, rituais e crenças, de certa forma determina o poder da observação. A presença do pesquisador como observador-participante ficou estabelecida como metodologia legítima a partir de Malinowski que questionou a validade das informações de informantes nativos, por vezes perpassadas de interesses ou interpretações diversas, além do mais, a observação criteriosa por parte do pesquisador se faz a partir de certos métodos e desprendidas de interesses. Existe uma série de relatos contando detalhes da presença e atuação do interprete ou do informante, figuras indispensáveis ao trabalho de campo, mas que exigem certos cuidados e atenção do pesquisador. Gerald D. Berreman e William Foote-Whyte são dois autores que apresentam de forma detalhada, em seus textos descrições relevantes sobre este personagem tão importante da pesquisa de campo.
Suas pesquisas diferenciam-se, sobretudo em sua natureza, finalidade e local. A primeira realizada em uma aldeia camponesa no Himalaia na Índia Setentrional e a segunda, de caráter urbano, em um bairro norte-americano marcado pela imigração italiana e a presença de gangsters. A relação que pode ser estabelecida entre os dois trabalhos consiste na prática da observação

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