Resenha
Editora Scipione – Serie Reencontro
Resenha Crítica
Um ponto fundamental a discutir em relação à trama seria a culpabilidade de Amaro, Amelinha ou de quem enviou o padre recém formado à paróquia de Leiria, ante o final trágico do episódio. Quem culparia um padre que mal saíra do seminário e com pouca experiência paroquial, jovem e bonito e sem nenhuma experiência na vida mundana, enviado a uma paróquia onde quem deveria lhe acolher e ensinar-lhe a abrir os olhos acerca do celibato, agia de forma cínica e sem regras. Quem culparia uma moça de apenas 23 anos de idade, bonita, forte e sem experiência de vida, por envolver-se com um padre? Quem culparia um superior que ao enviar, por necessidade, ante a morte de um pároco, um jovem padre a uma paróquia para ali continuar os trabalhos da Igreja, já iniciados, sem saber o quê poderia advir com tal atitude? Decerto que caberia ao padre Amaro, ante as regras incertas quando de sua passagem pelo seminário, de se precaver e ponderar qualquer relacionamento carnal que pudesse ter, mesmo se desapontando com as atitudes de seus superiores na localidade. Também caberia a senhorita Amélia tentar se desvencilhar dos olhares dados e das palavras ditas pelo padre, quando ele a cercava fazendo-lhe a corte, visto que embora a sua mãe não prezasse alguns bons costumes, ela que também era freqüentadora da Igreja, deveria manter-se longe de tentações que envolvesse alguém do sacerdócio. Quanto ao superior, não tinha como saber ou imaginar que tal nomeação fosse findar em tamanha tragédia. Assim, ante a morte de Amélia e da entrega de seu filho, pelos braços de Amaro, à fazedora de anjos, acabando a criança por morrer também, considero que o Padre Amaro Vieira poderia ter evitado o fim trágico que culminou com duas mortes, mesmo tendo tido ele uma vida difícil ante sua criação, sem os pais, ter sido uma criança fraca e sem amparo o que