Resenha o direito a preguiça

621 palavras 3 páginas
Em sua obra O direito à Preguiça, Paul Lafargue relata com excelência, o pensamento que esteve envolto do trabalho, desde o início da humanidade. Para isso, foi necessário traçar um itinerário histórico das diversas visões sobre o trabalho até aquele momento em que foi escrito o seu livro, em meados do século XIX, em meio as idéias socialistas inspiradas no pensamento de Karl Marx e as transformações que vinham ocorrendo com o advento da Revolução Industrial. Nas suas análises, Lafargue , faz profundas críticas ao padrão capitalista emergente, que inspirado nos princípios teológicos e positivistas, explorava cada vez mais a força de trabalho. Diante da superexploração da população, o quadro apresentado pelos ideários da industrialização e da revolução burguesa, era o de um aumento crescente de miséria e pobreza de grande parcela dos segmentos sociais. Desde a Revolução, com a burguesia no poder, aboliram-se os feriados a fim de subjugar os operários às leis do trabalho. Para que os burgueses pudessem atingir seus anseios, foi necessário buscar dogmas do passado para que a população de modo geral “aceitasse” as normas que eram impostas. Segundo a tradição judaico-cristã, como forma de castigar Adão e Eva, que “desobedeceram” certas regras, Deus impôs para ambos o trabalho. Esse foi um mecanismo punitivo, que por não cumprir a vontade divina, passaram a ter o trabalho como uma imposição e a preguiça como um pecado capital. É com esses preceitos, que o clero propagará uma filosofia que explicará que o homem está na terra para sofrer. O trabalho passa a ser visto como um dogma, uma lei , a ser cumprido e respeitado. Mas, o que pode ser percebido é que Deus, após a criação do universo em seis dias, foi descansar eternamente no sétimo dia, como descreve Lafargue “Jeová, o deus barbudo e rebarbativo, deu aos seus adoradores o exemplo supremo da preguiça ideal; depois de seis dias de trabalho, repousou para a eternidade.”, constatando uma notória contradição

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