Resenha Vers O 3
Évelyn, Daniela, Marina, Caroline e Otávio
Ana Lúcia Faria, autora de “Ideologia no Livro Didático”, compreende que é importante pensar sobre a transformação social, e acredita que deve ser melhor estudado o papel da educação na sociedade. A escola, mesmo sendo veiculadora das ideias dominantes, ainda pode servir ao propósito de combatê-las, dependendo de como nos posicionamos perante seus instrumentos. O livro didático, por exemplo, é um veículo utilizado pela escola para propagar ideologia. Em 1984, a autora Ana Lúcia Faria analisou os 35 livros didáticos mais vendidos em 1977, de primeira à quarta série, para investigar as ideias presentes nesses livros. Perante o material analisado, houve uma comprovação de que existe presente uma ideologia da classe dominante, em geral menosprezando o trabalho e tomando-o ahistoricamente. Para reproduzir o processo e verificar algo semelhante, analisamos então, livros didáticos atuais, para investigar se ainda encontramos a presença de ideologias e quais são elas.
O primeiro livro didático analisado foi “Nova História Crítica”, de Mário Schmidt, dedicado para a oitava série do Ensino Fundamental. Podemos perceber, desde o início, que esse volume foge das críticas que Faria faz em seu texto, visto que apresenta uma introdução de como o livro deve ser lido, uma revisão dos conteúdos das outras séries até o momento. Apresenta também muitas figuras e fotos verídicas das épocas tratadas, como a Revolução Russa de 1917 e poucas vezes usa a terceira pessoa do singular para narrar os eventos históricos, e, quando o faz, serve somente como introdução ao assunto para que, em seguida, dê a devida atenção e crédito para os próprios autores da História: “Pois é, em março [...] de 1917, a revolução democrático-burguesa tão esperada pelos partidos de oposição tinha acontecido. Não havia mais tzarismo. A Rússia amanhecia como um país democrático”.
Em todos os capítulos, é podemos ver o lado da burguesia e o