Resenha do mito dos exploradores de caverna

Da caverna para a forca

O livro “The case of the speluncean explorers” ou O caso dos exploradores de cavernas, foi escrito por Lon L. Fuller, professor de “jurisprudence” na Harvard Low School, e traduzido por Plauto Faraco de Azevedo, professor adjunto e pesquisador da Faculdade de Direito da UFRGS, doutor em direito pela Universidade Católica de Louvain, Bélgica. A obra contém 26 páginas e foi publicada em 1949 originalmente; no Brasil, a obra foi impressa em 1976 e reimpressa em 1993; na internet está disponível em www.direito.obatente.jor.br . A obra relata o caso fictício, ocorrido no ano 4229, onde cinco exploradores ao adentrarem em uma caverna ficaram trinta e dois dias presos devido um desmoronamento na única saída. Como os mantimentos eram escassos e demoraria para o resgate ser feito, Roger Whetmore sugeriu que tirassem a sorte para decidirem quem seria morto para alimentar aos demais, a fim de os demais saírem vivos da caverna. Os outros exploradores acabaram concordando, mas Whetmore acabou repensando e desistindo da possibilidade. Diante da morte eminente pela inanição, os outros homens decidiram mesmo assim lançar um par de dados que se encontrava com eles. Na vez de Whetmore, outro homem lançou os dados, questionado se havia algum problema, ele respondeu que não. Como os dados de Whetmore apresentaram soma menor, ele foi morto e seus colegas se alimentaram de seu corpo. Depois de resgatados, os quatro homens foram julgados e condenados à forca, mas recorreram da decisão. O presidente do júri, C.J. Truepenny, afirma que concorda com a sentença que lhes foi dada, mas que se a clemência foi concedida, não debilitará a letra ou o espírito da lei e nem encorajará a transgreção. Já o juiz Foster, defende a tese de que os exploradores não devem ser condenados pois passaram do “estado de sociedade civil” para o “estado natural”, que dez homens morreram para resgatá-los, e enforcar os acusados tornaria o esforço em vão; ele ainda alega