Resenha do documentário 'nós que aqui estamos, por vós esperamos'

O documentário “Nós que aqui estamos por vós esperamos” é trabalhado em cima de alguns temas como história, morte, cultura, diferenças sócias, miséria e crueldades da vida real e é construído a partir de um mosaico de imagens e fragmentos em preto-e-branco do século XX, sem nenhuma fala ou narração, apenas música, imagem e frases que vão aparecendo na tela . Não há nenhum tipo de narrador, apenas o diretor que foi criando/mostrando personagens que não existiram, através de figuras e palavras que se encaixam nos fatos históricos reais e fictícios, mas que poderiam ter sido reais em seus respectivos tempos e espaços. Uma linha do tempo, vista através de representações do cotidiano das pessoas da época – a forma como viviam, quem eram, os empregos, a família. Pessoas demostrando cansaço provocado pelo sempre e tão importante trabalho, algumas pessoas felizes, que sorriam, gargalhavam até, ou pessoas desesperadas, afogando-se em choros. O documentário aborda as mudanças nas formas de comunicação, os avanços tecnológicos e científicos após a invenção do telefone, do rádio, da eletricidade e da psicanálise. As mulheres conseguindo sua independência, sua inserção no mercado de trabalho, a mudança na forma de se vestir, passando a usar minissaias, os maiôs cada vez mais curtos, o consumo de álcool, de cigarro, sua conquista na vida política e na guerra, e após toda essa conquista, a depressão causada por pressão da sociedade. A mulher modificando seu papel social, deixando de ser apenas dona de casa. O' filme' mostra também a revolução industrial, tratando a efetivação de novos grupos de trabalhadores, que trocaram a vida rural pela urbana, deixando de ser apenas trabalhadores braçais e passando a ser “máquinas” da sociedade capitalista, e como esses mesmos trabalhadores conseguiram adquirir bens de consumo, que inicialmente não era possível, por causa da falta de leis trabalhistas que garantiam uma jornada de trabalho e uma remuneração digna aos