Recensão Crítica - A Prevenção dos Maus-Tratos: Algumas Estratégias
No presente capítulo, os autores procuram problematizar a ocorrência de maus-tratos infantis, após um estudo efetuado numa população específica e numa área geográfica reduzida do nosso país, explorando algumas estratégias preventivas desta problemática, bem como certas estratégias/projetos de intervenção, que têm como finalidade pôr termo a esta realidade que está bem presente na sociedade portuguesa. Desta forma, e segundo o modelo ecossistémico, a problemática do abuso infantil deverá ser analisada tendo em consideração um conjunto de fatores que se interligam: as caraterísticas do indivíduo; o ambiente mais próximo que o rodeia (microssistema); o ambiente mais amplo (exossistema); e o sistema que engloba todos os anteriores (macrossistema). A elaboração de um programa de intervenção que se pretende eficaz implica a implementação de medidas específicas para cada um destes sistemas, com a finalidade da diminuição dos fatores de risco (potenciam a ocorrência de maus-tratos) e o fortalecimento dos fatores protetores (diminuem a ocorrência do fenómeno). Para tal, os autores consideram que um programa de prevenção deve assentar num conjunto de princípios gerais aplicáveis à prevenção dos maus-tratos. São esses: a existência de programas globalizados (estabelecer o conceito de saúde e bem-estar pessoal e social como unitário); diferentes programas interativos nas diferentes instituições (escola, pais, etc.), com o dever de proteger e socializar a criança; ocorrência de mudanças nas instituições em que as crianças vivem, sobretudo a nível das relações interpessoais. Com isto, os autores defendem, então, três tipos de estratégias preventivas: a prevenção primária, a prevenção secundária e a prevenção terciária. Através da prevenção primária pretende-se evitar o aparecimento do