Psicopatologia do trabalho

10398 palavras 42 páginas
Itinerário teórico em psicopatologia do trabalho
Christophe Dejours e Elizabeth Abdoucheli

Fonte Artigo extraído do livro Psicodinâmica do trabalho: contribuição da Escola Dejouriana à análise da relação prazer, sofrimento e trabalho. DEJOURS, Christophe et al. São Paulo: Atlas, 1994. p. 119-145.

Introdução Este artigo tem por objetivo apresentar uma das tentativas teóricas atualmente existentes no campo da saúde mental e trabalho. Tal tentativa vale-se especificamente da “psicopatologia” no sentido em que, desde Freud, se entende este termo na expressão “psicopatologia da vida cotidiana”. Podemos propor a seguinte definição da psicopatologia do trabalho: é a análise dinâmica dos processos psíquicos mobilizados pela confrontação do sujeito com a realidade do trabalho. “Dinâmico” significa que a investigação toma como centro de gravidade os conflitos que surgem do encontro entre um sujeito, portador de uma história singular, preexistente a este encontro e uma situação de trabalho cujas características são, em grande parte, fixadas independentemente da vontade do sujeito. Isto implica que em psicopatologia do trabalho partimos de uma subjetividade já constituída, que vai, em um tempo geneticamente ulterior, ser exposta à realidade do trabalho. Isto significa que o sujeito corre o risco de não ser mais o mesmo que antes do início do conflito e que a realidade do trabalho também corre o risco de ser transformada através do efeito de uma suplementação de subjetividade. Podemos nos interrogar sobre o uso do termo psicopatologia para designar as interações ordinárias cujos resultados não são sempre patológicos. A psicologia é muito vaga e os estudos aos quais fazemos referência aqui não cobrem todos os campos da psicologia do trabalho. O termo psicopatologia foi conservado porque possui duas vantagens: 1) contém a raiz pathos, que remete ao sofrimento e não só à doença ou à loucura. Neste sentido, o termo psicopatologia designará o estudo dos “mecanismos e

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