Psicologia

UFRN

RESENHA CRÍTICA
Documentário Estamira

O documentário Estamira, produzido em 2006, retrata a história de uma catadora de lixo simples e que teve sua vida marcada por situações que a fizeram mudar de postura e princípios. Estupros, traições, entre tantas outras situações fizeram com que Estamira abandonasse a sua essência de mulher religiosa e que acreditava que tais circunstâncias seriam passageiras, e deu espaço a uma nova mulher, cheia de desilusões e enigmas.
Durante todo o documentário, Estamira se mostra lúcida e com boa desenvoltura critica diante das circunstâncias sociais. “Sou louca, sou doida, sou maluca, sou azougada, sou essas quatro coisas, porém lúcida e ciente sentimentalmente.” (ESTAMIRA)
Apesar de transparecer equilíbrio em determinadas situações, Estamira se contrapõe, revelando postura contrária no que diz respeito principalmente à religiosidade e questões sociopolíticas; Suas atitudes muitas vezes são violentas (verbalmente falando) e demonstra profunda amargura e descreça sobre Deus, e até mesmo sobre o ser humano. Talvez por isso haja tantas vezes como desafiadora do meio e do “trocadilho”.
"Os home tão pior que um quadrúpulus! É a decepção de todos os espaços. É a decepção de quem revelou o homem como único condicional" (ESTAMIRA)
“Que Deus é esse? Não é ele que é o próprio ‘trocadilo’? Ele e sua quadrilha...” (ESTAMIRA)

Diante da dualidade de mulher trabalhadora, provedora e de boa desenvoltura, em contraposição com episódios de transtornos de humor e diálogos “sem significado”, Estamira é tida como louca perante a sociedade e familiares, apesar destes compreenderem o motivo desse desequilíbrio.
No entanto, o foco principal do documentario não é apenas relatar a historia de Estamira, mas também rever e dismistificar o conceito de loucara do telespectador.
Afinal, o que é lucidez e loucura?
Segundo Pelbart (1989) o doente mental legitimado em uma sociedade pode não ser tomado como tal em outra cultura. Louco é