problemática do conhecimento histórico

O excerto do texto em análise foi escrito por Jacques Le Goff, Historiador Francês, especialista em Idade Média. Foi co-director da Escola de Annales e dirigiu os estudos ligados à “Nova História”, segundo a qual, toda a actividade humana é considerada História. Esta nova corrente historiográfica surgiu nos anos 70 e é correspondente à terceira geração da Escola de Annales. Caracteriza-se por uma procura da História total, onde a história baseada, fundamentalmente, nos documentos escritos é substituída por uma história baseada numa multiplicidade de fontes ou documentos: Podem ser escritos de todo o tipo, documentos figurados, produtos de escavações arqueológicas, depoimentos orais, etc.
A partir da “Nova História”, tudo passa a ser visto como um possível documento e cabe ao historiador usar adequadamente os documentos por ele escolhidos, interpretando-os e verificando a sua credibilidade e autenticidade. O processo de selecção, interpretação, verificação de credibilidade e autenticidade de documentos é chamada de critica histórica.
Em relação ao texto e quando Le Goff escreve: “A intervenção do historiador que escolhe o documento, extraindo-o do conjunto dos dados do passado, preferindo-o a outros, atribuindo-lhe um valor de testemunho que, pelo menos em parte, depende da própria posição na sociedade da sua época e da sua organização mental...”; O Historiador deve ser selectivo e critico na atribuição de um dado valor aos documentos, ao mesmo tempo, deve estar consciente de que essa selecção de documentos depende do seu próprio ponto de vista e da sua organização mental. Ao seleccionar e organizar a informação, o Historiador coloca o documento numa posição menos “neutra” do que na época em que foi feita, visto que passa a estar organizada em função do seu próprio ponto de vista.
A critica, neste caso critica externa, deve estar sempre presente no processo da pesquisa, recolha e selecção de documentos. Este processo tem o nome de Heurística.
Depois de