Por que (não) ensinar gramática na escola,

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Referência: POSSENTI, Sírio, POR QUE (NÃO) ENSINAR GRAMÁTICA NA ESCOLA, Campinas, SP: Mercado de letras: Associação de leitura do Brasil, 1996. (coleção Leituras no Brasil; Primeira Parte: O papel da escola é ensinar língua padrão/Ensinar língua ou ensinar gramática? O objeto da escola é ensinar o português padrão, ou, talvez mais exatamente, o de criar condições para que ele seja aprendido. Qualquer outra hipótese é um equivoco político e pedagógico. “A tese de que não se deve ensinar ou exigir o domínio do dialeto padrão dos alunos que conhecem e usam dialetos não padrões baseia-se em parte no preconceito segundo o qual seria difícil aprender o padrão. Isto é falso, tanto do ponto de vista da capacidade dos falantes quanto do grau de complexidade de um dialeto padrão. As razões pelas quais não se aprende, ou se aprende, mas não se usa um dialeto padrão, são de ordem, e tem a ver em grande parte com os valores sociais dominantes e um pouco com estratégias escolares discutíveis. A tese de natureza político-cultural diz basicamente que é uma violência, ou uma injustiça, impor a um grupo social os valores de outro grupo. Ela varia tanto para guiar as relações entre brancos e índios quanto para guiar as relações entre – para simplificar um pouco – pobres e ricos, privilegiados “descamisados”. Dando que a chamada língua padrão é de fato o dialeto dos grupos sociais mais favorecidos, tornarem maior seu ensino obrigatório para os grupos sociais menos favorecidos, como se fosse o único dialeto valido seria uma violência cultural. Juntamente com as formas linguísticas (com a sintaxe, a morfologia, a pronúncia, a escrita), também seriam impostos os valores culturais ligados às formas ditas cultas de falar e escrever, o que implicaria em destruir ou diminuir valores populares. A hipótese supõe também que o aprendizado de uma língua ou de um dialeto é tarefa difícil, ou, pelo menos, difícil para certos grupos ou para certas pessoas.

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