Poder nas sociedades primitivas
A QUESTÃO DO PODER NAS SOCIEDADES PRIMITIVAS
A organização das sociedades, ditas primitivas, ocorre de maneira diferente do costume Ocidental, visto que não possuem um órgão separado para exercer o poder, sendo a sociedade quem o faz. No entanto, dentro dessas comunidades existe a figura do líder, ou chefe. Esse, na verdade é desprovido de qualquer espécie de dominação ou diferenciação social, sendo a ele atribuído pela sociedade um certo número de tarefas, caracterizando-o como um funcionário não remunerado.
A função primordial do líder é representar a unidade de determinada sociedade, mostrando suas individualidades, autonomia e independência em relação às demais. O chefe assim, fala em nome de sua comunidade quando em contato com outros povos. Essa relação pode ser entre povos amigos, estabelecendo e reforçando alianças e entre povos inimigos, organizando operações de guerra. Contudo, o líder primitivo nunca toma decisões pessoais para depois aplicá-las à comunidade, na verdade suas decisões correspondem a vontade explícita de seu povo. O chefe não poderia assim, por exemplo, declarar uma guerra que fosse indesejada pela população. Isso porque ele não pode impor suas vontades, visto que não possui poder, sendo somente um porta-voz dos desejos do todo social.
Dentro da sociedade em si, a palavra do chefe é, de certa forma, ouvida com mais atenção devido ao seu prestígio. No entanto, tal prestígio não pode ser confundido com poder, visto que essa atenção dada jamais tornará suas vontades em comando, sendo executado somente quando realmente for do interesse social. Assim, o líder não é capacitado para formular ordens e arbitrar decisões de conflitos entre indivíduos, ou famílias. Nesse último caso, o líder não tentará resolver o impasse, até por que não há lei em que se respaldar, somente deverá apaziguar as partes, zelando pela