Plano Bresser

Plano Bresser e Plano Verão.
Após o fracasso do Plano Cruzado, o aumento contínuo de preços voltaria com a mesma força que antes. Em 1987, ocorreu a moratória da dívida externa, até por decorrência do excesso de importações na época do Plano Cruzado, e a inflação de preços continuaria a ser uma preocupação da população. Nesse contexto, surgiu uma série de planos econômicos para tentar debelar a inflação.
A dificuldade agora era encarar uma mudança de comportamento dos agentes econômicos, que era a expectativa do congelamento. Nenhum empresário queria ser pego de surpresa por um novo congelamento, e esse foi um combustível a mais para a alta nos preços. O Cruzado II iria mudar completamente a opinião popular sobre o governo (tarde demais, já que o plano viria intencionalmente depois das eleições) da quase deificação da época do Cruzado. Como lições aprendidas, ficaram a necessidade de controlar a demanda após o congelamento, de manter o plano neutro do ponto de vista distributivo, de equilibrar as contas externas e de não confiar no congelamento por muito tempo, se esse expediente viesse a ser utilizado.
Com o novo Ministro da Fazenda, Luiz Carlos Bresser Pereira, houve uma pequena volta à ortodoxia, com a depreciação do Cruzado em 7,5% e promessas de austeridade fiscal, mas também com sinalizações de heterodoxia que levaram ao receio do congelamento. Como a inflação não cedia, havia a necessidade de novos planos econômicos.
O Plano Bresser viria na forma do Decreto-Lei 2335/87 em 12 de junho de 1987. A ideia era mais desacelerar a inflação de preços do que buscar a inflação zero. As principais medidas foram:
•Congelamento de salários, preços e aluguéis por três meses (salários, na verdade, ficaram atrelados à Unidade Referencial de Preços, que teria seu valor congelado por três meses).
•Mudança da base do Índice de Preços ao Consumidor para o dia 15 (note que 15/06 foi o primeiro dia útil após o Plano Bresser, publicado à noite em uma sexta-feira).