Parmenides

3177 palavras 13 páginas
Parmênides
Se acreditarmos que Parmênides foi realmente discípulo de Xenóphanes que, por sua vez, foi discípulo de Anaximandro, também podemos acreditar que Parmênides era familiarizado com o pensamento deste último.
Parmênides também é um admirado com o que, habitualmente velado, de repente se descortina à visibilidade pensante. Essa admiração conduz a uma viagem sem volta em direção à alétheia. As moças, filhas do sol, que no Prólogo do Poema de Parmênides guiam o carro até a morada da deusa reveladora da verdade, vão tirando os véus da frente de seus rostos. Somente a partir desse movimento, o iniciado poderá logo adiante perceber a viabilidade de um único caminho. O caminho necessário. O caminho do Ser, pois só há ser. O não-ser não é, o não-ser não há. Se fosse, ele seria. Não se trata aqui de mero artifício lógico. O que Parmênides descobre, admirado, é que não há como escapar ao ser. Se por acaso dizemos “não-ser” relativamente a qualquer coisa que seja, isto só pode ser ilusão, pois o que assim é nomeado, está já mergulhado na dimensão do ser.
O Ser encerra, portanto, igualmente tudo que é, numa unidade perfeita.
Daí um de seus sinais ser a imobilidade. Sempre, sem começo nem fim, sem nascer nem perecer, o Ser amarra junto tudo que é, “pois de todo lado igual a si, se estende nos limites por igual” (VIII, 49) e “é todo pleno do que é. Por isso é todo contínuo: pois ente a ente acerca” (VIII, 24 e 25). Tal amarração é sempre. A imobilidade característica do Ser, porém, nada tem a ver com estaticidade. Muito pelo contrário, nela, justamente nessa imobilidade uniabarcante é que reside a possibilidade da totalidade dos entes, incluindo todas as suas formas de movimento, embora ele precise se calar inteiramente acerca desse movimento. Pois não se trata, no Poema, de cada caso ôntico em que algo vem a ser a partir do não-ser, mas, de uma só vez, da concentração de todas as possibilidades de ser. Ao caso

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