Pari

PARI
Ruas com traçado irregular onde as construções foram erguidas no limite dos lotes com as calçadas. Edifícios em grande parte baixos, com dois andares e com usos muito misturados – sobrados de moradias junto a pequenos comércios e serviços. Uma paisagem urbana densa e ao mesmo tempo com atmosfera de cidadezinha do interior, com portas e janelas se debruçando sobre as ruas. Aqui e ali se destacam edifícios industriais mais altos, com quatro, cinco pavimentos.
As altas torres da igreja de Santo Antônio dominam a paisagem da praça central – a Praça Padre Bento. Pode ser que nessa praça a gente encontre senhores compenetrados jogando cartas ao ar livre, cena pouco comum no restante da cidade. Difícil acreditar que estamos a apenas dois quilômetros da área central de uma das maiores cidades do planeta.

UM POUCO DA HISTÓRIA
O bairro se formou convivendo com a proximidade dos rios. Um deles, o Tietê, o mais importante da cidade e o outro, um de seus afluentes, o Tamanduateí. Os pescadores foram seus primeiros habitantes e ocupavam a região já nos primeiros momentos da colonização, no século XVI. A denominação Pari vem do nome de um tipo de cerca utilizada para a pesca.
Mas São Paulo vai crescer mesmo a partir da segunda metade do século XIX. Até lá, era um pequeno povoamento perdido e isolado na vastidão das terras do Planalto Paulista. As principais ocupações estavam lá embaixo, no litoral. A partir do século XIX, se inicia um processo de transformações. Os caminhos ferroviários, que traziam o café do interior do Estado, se cruzam na cidade de São Paulo, antes de se dirigir para o porto de Santos. O alto valor comercial do café e a riqueza gerada na sua comercialização irão transformar, em cem anos, o pequeno povoado numa metrópole.
Nesse tempo serão atraídos para cá enormes contingentes de imigrantes em busca de empregos e prosperidade econômica. Até 1930 são os italianos, espanhóis, portugueses, japoneses, sírio-libaneses e estrangeiros de diversas outras