os testemunhos da história
VIEIRA, Maria do Pilar Araújo; PEIXOTO, Maria do Rosário; KHOURY, Yara Aun. O Documento: Os testemunhos da história. In ensino de História: 1°grau. Geo. SÂO PAULO, SE/CENP, 1989.
Fichamento
“A história humana não se desenrola apenas nos campos de batalha e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquinas.”
Não só ao poeta mas também ao historiador incube recolher lágrimas e risos, desilusões e esperanças, fracassos e vitórias, fruto de como os sujeitos viveram e pensaram sua própria existência, forjando saídas na sobrevivência, gozando as alegrias da solidariedade ou sucumbindo ao peso de forças adversas.
Essa experiência, pensada e vivida, se manifesta sob as mais variadas formas, como valores, como imagens, como sentimentos, como arte, como crença, como trabalho, como tradição etc. Essas manifestações tornam-se objeto do historiador através de vestígios e registros que aparecem também sob as mais variadas formas como escritos, objetos, palavras, música, literatura, pintura arquitetura, fotografia, etc.
Muitas formas de registro da atividade humana foram, durante muito tempo, desprezadas devido a uma postura que não tinha como significativas para a história aquelas manifestações.
Quando a história recebeu o estatuto de ciência, o que se deu com a escola positivista em fins do século XIX, o registro privilegiado pelo historiador era o documento escrito, sobretudo o oficial. Esse documento assumia o peso da prova histórica e a objetividade era garantida pela felicidade do mesmo.
Essa forma de encarrar o registro e de designá-lo pelo nome de documento tem uma história.
Apreender o real seria conhecer os fatos relevantes que se impõem por si mesmos ao conhecimento do historiador. Em decorrência, só consideravam relevantes para a história aquilo que estava