Os Povos Bárbaros

A Palavra " bárbaro " de origem grega, tinha inicialmente o sentido de "gago"ou " balbuciante". Foi usada pelos helenos para designar os estrangeiros, incapazes de falar corretamente a língua grega e considerados rebeldes à sua civilização. Mais tarde os romanos passaram a empregá-la para denominar os grupos que não partilhavam a cultura greco-romana e viviam fora dos limites do império.
Os grupos que cruzaram as fronteiras imperiais eram basicamente de origem elava e germânica. Os germanos foram o principal povo que se instalou no Império Romano. Os primeiros relatos sobre germanos foram deixados por autores romanos . Júlio César, por exemplo, no livro De Bello Gallico ( sobre a gurra da Gália), conquistada por ele entre os anos 58 e 50 a.C. , descreve os germanos como guerreiros ferozes, ainda mais temíveis que os gauleses . Mais tarde, na obra Germânica, escrita em 98 d.C. , o historiador romanos Tácito deixou um dos mais completos relatos da vida, da cultura e dos costumes das tribos que ocupavam o território entre os rios Reno e Danúbio, correspondente à Alemanha e à República Tcheca atuais. O trabalho foi baseado em documentação já existente na época e em registros do próprio autor, que observou os germanos por aproximadamente 4 anos .
Segundo Tácito, os germanos desconheciam o Estado e as cidades como organismos político-administrativos. A vida social centrava-se na tribo ou no clã, ou seja, nos laços de sangue. A base de toda a estrutura social residia no sippe ( comunidade de linhagem que assegurava a proteção das pessoas sob sua autoridade ). Tal estrutura tornava o guerreiro o elemento de maior prestígio social: as tribos eram governadas por assembleias de guerreiros. A economia tinha como base a agricultura e a pecuária. Essas atividades eram desempenhadas basicamente pelo grupo familiar, embora o trabalho dos escravos domésticos ou temporários ( por dívidas ) se somasse ao doas homens livres. Não havia propriedade privada da terra. Os líderes das