Negro na atualidade
Devemos comemorar os avanços conquistados, como a criação do Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, e a implementação da Lei 10.639 de 2003, que incluiu a comemoração da data no calendário escolar. Essa lei foi sancionada pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Também vale lembrar que em 1971 ativistas do Grupo Palmares, do Rio Grande do Sul, chegaram à conclusão de que a execução de Zumbi, símbolo de resistência e da luta contra a escravidão, foi realizada no dia 20 de novembro de 1695. Por isso devemos sempre nos lembrar da condição social do negro na data. Entretanto, a nossa consciência negra é fenômeno efêmero dentre as várias manias adotadas pela sociedade.
Hoje é chique ser black. É moderno cultivar os valores da cultura black, enquanto o fosso social entre brancos e negros (incluindo pretos e pardos) mantém o apartheid brasileiro inalterado. O mito da democracia racial, por aqui, foi denunciado como mentira pela realidade socialmente perversa e pelos dramáticos indicadores sociais que comprovavam que negro no Brasil está associado à miséria e à exclusão social. Somente o Instituto Brasileiro de Geografia e Estática (IBGE) calcula que precisaremos de pelo menos 20 anos de políticas voltadas para as ações afirmativas para colocar brancos e negros em níveis mínimos de igualdade.
O Movimento Negro, na atualidade, se consolidou a partir de um forte viés político. Mas nem por isso, suas atividades deixam de estar carregadas de tempero emocional. O Dia da Consciência Negra, a luta contra o racismo, a agenda da promoção da igualdade racial e a inclusão da população negra na sociedade trazem consigo tantas e variadas ações públicas, como as marchas para aumentar a consciência