Natura

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem por objetivo a análise da influência da beleza nas atividades econômicas, em especial a indústria da beleza, designada pelo IBGE como o setor de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos. Este setor é representado no Brasil pela ABIHPEC (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). Para efeito de ilustração do tema foi feito um estudo de caso da Natura, empresa brasileira com maior destaque nesse setor. Beleza é descrita no dicionário de língua portuguesa Aurélio, como: “qualidade do que é belo: a beleza do rosto; harmonia, perfeição de formas: mulher de grande beleza; mulher bela: casou-se com uma das belezas da terra; bondade, excelência”. Em uma análise rápida sobre a beleza e sua associação com o universo da futilidade, o tema ficou bastante tempo longe dos estudos das ciências sociais, e por isso ainda não tem grande visibilidade e referências bibliográficas na área econômica. Um dos estudos pioneiros no Brasil foi realizado por Dweck (1999), no qual se constata que a beleza passa a ser vista como um poderoso recurso competitivo não só nas relações pessoais, mas também permitindo diferenciais de salários elevados entre os trabalhadores. A beleza passou a ter uma nova dimensão de conceito e a aparência física, desde a década de 1980, vem se firmando um importante elemento discriminatório no mercado de trabalho, tão importante quanto à raça ou ao sexo. Além da beleza como fator discriminatório no mercado de trabalho, outros fatores são fomentadores da indústria da beleza e têm contribuído para o excelente desempenho do setor, do qual destacamos: a participação crescente da mulher brasileira no mercado de trabalho; o aumento da expectativa de vida da população e, com isso, a necessidade de conservar uma impressão de juventude; o culto à beleza; e o peso que é dado à vaidade pelos brasileiros. Somam-se a todos estes fatores de demanda incrementos elaborados pela oferta, como a