MITOS

RELATO:O rito do parto, feito pelo Xamã, é realizado apenas quando o parto não está se saindo muito bem, ou seja, em caso de dificuldade. Portanto, a intervenção do Xamã é rara. Para eles, o povo Cuna, que habitava a região do Panamá, a complexidade do parto se dá porque o Muu – potência responsável pela formação do feto – se apoderou da purba (alma) da futura mãe. Sendo assim, inicia-se um canto com o intuito de buscar essa alma perdida. Durante o canto, há a confecção de imagens sagradas que representam espíritos protetores e que o Xamã usa como seus assistentes e fumigações de cacau queimado. Além disso, o Xamã invoca espíritos para que esses possam combater os abusos de Muu, que está impedindo o parto de ser realizado, não para combatê-lo e elimina-lo, pois ele é indispensável para a procriação. Quando Muu se dá por vencida, ela liberta a purba da mãe e o parto procede normalmente. No término do canto, uma relação amistosa entre Muu e o Xamã se procede, mostrando novamente que o combate não se dá contra esse espírito em si, mas sim contra seus abusos.

ANÁLISE:Este é um Rito Sagrado, pois tem referências e crenças em forças sobrenaturais. O rito sagrado busca sempre manter o ciclo, ou seja, manter o equilíbrio entre a natureza e as forças divinas, no rito isto acontece, pois o xamã não elimina o Muu, mas sim o controla e ganha a alma da mãe doente.
Este rito é apresentado por meio do canto, da confecção de imagens sagradas, invocação de espíritos para que estes auxiliem o xamã, fumigações de cacau queimado, entre outros.
É considerado um rito de passagem de transição, pois o individuo está entre duas condições.