Maus tratos a idosos mais do que duplicaram
Publicado em 2010-10-07
Os crimes contra idosos aumentaram 120% entre 2000 e 2009, apurou a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima. Todos os dias, dois idosos são maltratados de alguma forma. Além da violência emocional e física, há a registro também de abusos financeiros.
Ao longo de nove anos, as estatísticas da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) registra cerca de dez mil crimes perpetrados contra pessoas com mais de 65 anos. Trata-se, porém, da "ponta do iceberg", assegura Maria de Oliveira, técnica da associação e responsável pela campanha nacional de sensibilização para esta temática, que hoje é lançada.
Os maus-tratos psicológicos e físicos são as manifestações mais frequentes de violência, mas há outras, por vezes mais subtis ou aceites socialmente, para as quais a APAV quer chamar a atenção.
Extorquir a reforma, coagir à transferência de dinheiro para contas de outras pessoas (mesmo que sejam familiares), controlar a gestão dos bens ou limitar a autonomia financeira, efectuar internamento compulsivo em lares ou abandonar idosos em hospitais constituem formas de violência, sublinha a especialista.
Os crimes financeiros, embora ainda representem uma minoria das denúncias apresentadas à APAV, assumem já uma dimensão significativa.
Resultados preliminares de um estudo sobre violência contra mulheres idosas, realizado em cinco países da Europa, aponta os abusos emocionais e financeiros como os de maior prevalência na população portuguesa, revela José Ferreira-Alves, investigador da Escola de Psicologia da Universidade do Minho. Para este professor da Psicologia do Envelhecimento, a par da crescente visibilidade do fenómeno, assiste-se a um aumento real da violência contra