Marxismo

O marxismo
Segundo Lefort, há duas formas de compreensão do marxismo: a primeira apresenta uma visão evolutiva da história, a segunda uma visão repetitiva (existiria apenas uma ruptura). A visão evolutiva, continuísta, da história em Marx é aquela do Manifesto Comunista, o fio condutor desta perspectiva é a tese de que a história de todas as sociedades até nossos dias é a história das lutas de classes. Nessa perspectiva, o modo de produção capitalista resulta da sucessão dos modos de produção anteriores e promove o trânsito a um modo de produção mais evoluído, que ocupará um lugar qualitativamente superior na escala evolutiva dos modos de produção centrados sobre a luta de classes. Nessa forma de reflexão, a história possui uma ordem evolutiva racional, onde as fases sucessivas que a constituem engendram uma às outras em direção à utopia comunista; constituindo assim o Marxismo como uma filosofia da história, que realiza uma combinação de posições dos hegelianos (o real é racional em sua contraditoriedade), dos iluministas progressistas (as fases da história humana são evolutivas, umas superiores as outras, em direção à sociedade justa e livre) e a dos darwinistas ( a evolução é um processo natural de melhoria da espécie).
Existe ainda nas obras de Marx uma segunda forma de apreensão da história e da vida social; um modo que dá mais ênfase à repetição do que a evolução. Na segunda proposta Marx não defende a ideia de que o modo de produção capitalista teria surgido da evolução dos modos de produção anteriores, mas de uma mudança e diferenciação radical deles. Os modos de produção pré-capitalistas seriam marcados por continuidades, os homens estariam imersos no trabalho com a terra em um modo de vida fundamentalmente baseado em uma economia rural. A passagem entre os modos de produção pré-capitalista não se dão necessariamente pelo ápice de suas contradições internas, mas muitas vezes por questões externas, invasões estrangeiras, questões climáticas e etc. entre