"Marquee moon", television

1286 palavras 6 páginas
Uma constante na minha vida que teria de estar presente nesta coluna inaugural – e possivelmente estará em todas as outras de alguma maneira – é o meu fascínio pelo estranho/estranhamento, sempre objeto de minha busca pelos mais diversos espelhos: pintura, literatura, cinema, música, pessoas, etc. Desde que meu senso crítico aflorou, lá pelos meus catorze anos, é a sensação desafiadora de desconforto que me instiga a ir adiante, a desbravar algo novo, assimilando impressões ímpares na minha observação do mundo. Foi também aos catorze anos que comecei a me voltar mais para a música, tornando-me um dos últimos leitores da revista SHOWBIZZ – sua publicação seria interrompida menos de um ano e meio depois – e aprendendo a tocar contrabaixo depois de aulas frustradas de flauta e teclado na infância. Tal porta aberta traria até mim, tanto quanto o hábito de escrever poesia, este presente em mim desde pequeno, as mais diversas sensações, presentes a princípio nas investidas progressivas do Pink Floyd e nas microfonias e efeitos líricos do Sonic Youth. Desde cedo, o estranho, o avesso às tendências radiofônicas, me seduzia, parecendo muito mais fácil aos meus ouvidos do que a programação das FMs. Neste contexto li a respeito de uma banda relativamente obscura, de nome curioso: Television. Nenhum jorro de informações, apenas a menção à sua existência na resenha de um disco solo de seu ex-membro, o guitarrista e vocalista Tom Verlaine, intitulado “Dreamtime”, acompanhada de uma breve descrição de sua breve trajetória, composta por dois discos – Marquee Moon (1977) e Adventure (1978) – em uma de minhas SHOWBIZZ. Sedento, cacei material da banda na Internet, me deparando com a notícia de que um terceiro e homônimo disco foi lançado quando da ocasião de uma turnê de reunião do grupo, catorze anos depois de Adventure, e com a oportunidade de escutar o Marquee Moon na íntegra em um (hoje extinto) serviço de rádio online. Encurtando a história: ouvir o debut do

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