Manuel bandeira

Sumário * Vida, obra e contextualização histórica * Análise Poética * Bibliografia

Vida, obra e contextualização histórica Manuel Carneiro de Souza Bandeira Filho (1886-1968) nasceu em Recife (PE), estudou no Rio de Janeiro, transferindo-se depois para São Paulo, onde iniciou o curso de Engenharia, que não pôde concluir por ter contraído tuberculose, que na época ainda não tinha cura. Foi tratar-se na Suíça em 1913, o que o pôs em contato com vários escritores franceses pós-simbolistas. Entre 1916 e 1922 morreram os seus parentes mais próximos (mãe, irmã, pai e irmão), e certa familiaridade com a morte marca toda a sua obra. Bandeira trabalhou como professor durante algum tempo, mas dedicou a maior parte de sua vida aos livros. Além de escrever poesia, organizou diversas obras e antologias. Os primeiros poemas do autor, publicados em "Cinza das horas" e "Carnaval", são intimistas, ligados ao movimento "crepuscular" (espécie de Simbolismo tardio) ou ainda influenciados pela poesia parnasiana. Obedecendo à forma tradicional, o poeta demonstra tristeza e contenção no poema "Desencanto". Com a eclosão do Modernismo, Bandeira assumiu uma liberdade de construção poética que torna sua obra uma das mais originais de nossa literatura. Em "Libertinagem" o poeta passa da dimensão individual para a social e cultural, marcada por negativas e fugas - exemplificado por "Poética" e "Vou-me embora para Pasárgada". O caráter geral de sua poesia é marcado ainda pelo tom confidencial, pelo desejo insatisfeito, pela amargura e por referências autobiográficas relacionadas com a sua doença, com os lugares onde morou e com a família. Profundo conhecedor da técnica de composição poética por vezes aproveita-se das formas clássicas ou faz incursões às formas mais radicais das vanguardas sem perder a marca de absoluta simplicidade, predominante em sua obra.