Lutar pela definição de Universidade segundo Boaventura Santos

Sobre lutar pela definição de universidade, segundo o autor, há uma questão central, que é a questão da definição da universidade, e depende dela a maneira a qual a universidade poderá lutar pela sua legitimidade. O grande problema da universidade neste domínio tem sido o facto de passar facilmente por universidade aquilo que não é. Isto foi possível devido à acumulação indiscriminada de funções atribuídos à universidade ao longo do século XX. Como elas foram adicionadas sem ter articulação lógica, o mercado do ensino superior pôde auto-designar o seu produto como universidade sem ter que assumir todas as funções desta, seleccionando as que se lhe afiguraram fonte de lucro e concentrando-se nelas. (SANTOS; BOAVENTURA, 2004, p. 64)
O autor também afirma e ressalta que só há universidade quando há formação graduada e pós-graduada, pesquisa e extensão, fazendo a observação de que em muitos países em grande parte das universidades há falta de alguma ou algumas dessas formações. Segue dizendo que a reforma deve distinguir claramente entre universidade e ensino superior, sendo a universidade esse conjunto de formações, e o ensino superior somente, ou quase, a graduação.
Adiante traz uma solução:

[...]O problema deve ser resolvido no âmbito da criação de uma rede universitária pública, proposta adiante, que possibilite às universidades que não podem ter pesquisa ou cursos de pós-graduação autônomos fazê-lo em parceria com outras universidades no âmbito da rede nacional ou mesmo transnacional. Não é sustentável e muito menos recomendável, do ponto de vista de um projecto nacional educacional, um sistema universitário em que as pós-graduações e a pesquisa estejam concentradas numa pequena minoria de universidades. (SANTOS; BOAVENTURA, 2004, p. 65)
Sobre as universidades privadas, propõe que para que elas tenham o seu licenciamento devem ter programas de pós-graduação, pesquisa e extensão e sempre sujeitos à exigente monitoração, assim como acontece com as