Literatura Brasilera I

1122 palavras 5 páginas
A arte pela arte. Em um mundo em convulsão que adentrará a Primeira Guerra Mundial e que já tem em seus ares o conflito da modernização industrial, a arte já não pode ser mantida escondida na mímese, no sentido proposto por Aristóteles no século IV a.C1, e que se manteve como estética essencial da arte, apesar de algumas vezes mutilada, pelos muitos séculos que se seguiram. A arte moderna chegou na contramão: a ilusão de realidade não passa de, obviamente para nós, pós­modernos, ilusão. O objetivo da arte não será mais imitar (mimetizar, note­se) a realidade de modo tão fidedigno que se a aceite como própria realidade. A arte está no processo, na construção e na desconstrução, na negação do patético, do que provoca emoções. Não comove e não transcende. Antes, perde sua aura, seu caráter divino.
No Brasil, a dessacralização da arte se refletiu na adesão dos autores à linguagem popular, ao “português brasileiro”. Essa experimentação linguística é acompanhada, ainda, pela experimentação da forma: essa passa a ser congruente ao conteúdo. O público se coloca, ou é forçado a se colocar, como parte da obra. A industrialização da economia e urbanização da população resulta no cosmopolitismo da arte, assim como na sua agilidade. O Primitivismo presente nas primeiras obras do Modernismo brasileiro não é sincrônico como o europeu, não busca o exótico. Antes, busca as origens primitivas de fato, seja o índio ou o africano trazido às terras portuguesas no Período Colonial. Ainda, a influência das vanguardas se mantém presente na arte brasileira. Dessa vez não como imitação, não o índio europeizado do
Indianismo romântico de outrora, mas o índio brasileiro, o brasileiro brasileiro.
Contudo, se hoje somos uma sociedade pós­moderna cujas definições limítrofes enquanto nação estão hesitantes e intrincadas, talvez fosse possível afirmar que os contratempos encontrados pelos artistas modernistas teriam frustrado sua missão. Ora, “a poesia existe nos fatos”2, mas

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