La Luna

La Luna
La Luna, lua, noite, sono, sonho...
O filme de Bertolucci La Luna se aproxima muito de um sonho no que diz respeito ao modo primitivo de funcionamento do aparelho psíquico ao realizar de modo alucinatório através do caminho regressivo o desejo.
Falaremos da cena em que Joe já na adolescência e sua mãe e seu desfecho. Vivem no presente o que outrora foram um para o outro.
Esta cena do filme nos remete à outra inicial, onde Joe bebê e sua mãe Catherine vivem num estado de plenitude e completude. Neste momento aparece o pai, que tira a atenção da mãe, o bebê desamparado chora.
Naturalmente nos períodos iniciais a mãe e o bebê necessitam dessa fusão que gradativamente terá de ser desfeita para que possa haver possibilidade de investimentos em outros objetos, caráter este da mobilidade das pulsões.
O apego ao primeiro objeto de amor se transforma e dá lugar a novos investimentos afetivos.
Nas duas cenas a relação da dupla mãe /filho parecem confluir no que diz respeito a estreiteza destes laços, havendo uma fixação da pulsão no seu objeto reproduzindo determinado modo de satisfação e que mais tarde poderá repercurtir nas etapas da evolução da libido.
Joe tenta criar laços de amizade quando chega à Itália com com Mustaphá, com a namorada, mas estas relações são permeadas por elementos destrutivos, a droga e a relação narcísica que mantém com a mãe.
Catherine está numa relação horizontal com o filho adolescente, aparece vestida com suas roupas quando ao chegar em casa encontra Joe muito animado, excitado, preparando não um jantar simples, mas algo um pouco mais elaborado, como ele diz: uma receita francesa O jantar poderia ser interpretado como a comemoração de um rito de passagem da infância para a adolescência de Joe, que não se efetiva porque este está enredado com seu passado e fixado em algum momento da vida sexual infantil, que tudo indica que seja na oralidade.
Não existe espaço para um diálogo nem para as diferenças, pois para isso se