Keynesiana

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Há muitos anos é notada, com alguma surpresa, a forte influência do pensamento de Keynes e seus seguidores sobre o pensamento econômico brasileiro. Mesmo nos tenebrosos anos 1980, quando, especialmente no mundo acadêmico norte-americano, emergiu com força tão intensa quanto efêmera a chamada escolas dos Novos Clássicos, a comunidade acadêmica de economia no Brasil continuou cultivando a herança de grandes economistas como, mas não apenas, Keynes, Kalecki e Schumpeter, apenas para citar uns poucos. Não cabe aqui ir muito longe especulando sobre as razões da permanência deste interesse, que se renova com a mesma força a cada nova geração de estudantes. É possível que economistas brasileiros se sintam naturalmente atraídos por correntes de pensamento que enfatizam as incertezas que cercam o futuro, a instabilidade da vida econômica, e a importância do papel do Estado na escolha dos caminhos que esta sociedade deverá trilhar no futuro, em contraste com o mundo encantado da sucessão de equilíbrios paretianos concebido pela ortodoxia. É também possível que a força das heterodoxias, em especial a keynesiana, se deva à existência no país de uma massa crítica de instrutores e pesquisadores praticantes dessas tradições que supere a impressão de isolamento e o desânimo que novos ingressantes no mundo acadêmico interessados nestas tradições enfrentam em outros países.
É possível ainda que a existência de uma comunidade ativa e produtiva de economistas keynesianos simplesmente impeça que grupos ortodoxos mais dogmáticos consigam controlar como gostariam a alocação de verbas de pesquisa, discriminando formas diversas de pensamento, como ocorre especialmente, mas não exclusivamente, nos Estados Unidos. Sem negar a aceitação do pluralismo acadêmico por vários economistas ortodoxos, é difícil negar que a preservação da liberdade de reflexão acadêmica do Brasil sempre dependeu muito mais da força dos praticantes de tradições independentes do que da abertura intelectual da

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