Jeitinho brasileiro

1. Introdução Robberto Damata em seu livro intitulado texto “O modo de navegação social: a malandragem e o jeitinho”, plublicado pela editora Rocco, Rio de Janeiro – 1986, relata sobre a malandragem e o “jeitinho” que o brasileiro possui ao se livrar de um compromisso, ou ao burgar regras e leis. O “jeitinho” relatado no livro seriam soluções que de alguma forma arrumam meio de burlar normas, e convenções sociais. O diminutivo da palavra, tem sentido pejorativo, ja que cria soluções de ética duvidosa. Essa prática, porém, está arraigada no coridiano das pessoas, que nem sempre é ruim, o “jeitinho brasileiro” tem conotação positiva quando a relação das pessoas envolvidas é, de certa forma, amigavél, assumindo uma posição de “favor”.

2. Malandragem e o “jeitinho brasileiro” Malandragem, segundo Damatta, é um conjunto de artimanhas utilizadas a fim de obter alguma vantagem, seja ela economica, política, ou social, muitas vezes ilítica. Caracteriza-se pela habilidade com oratória, sutileza e carisma do “malandro”, quem pratica a malandragem, para convencer e manipular pessoas e resultados. “O malandro” engana sua vítima sem que essa ao menos perceba o golpe. Essa malandragem é presente no imaginário popular como um meio e vingança social, uma forma de sobreviver quando as desigualdades sociais e o governo não asseguram as condições necessárias para tal. Podemos exemplificar essa afirmação com o famoso personagem de “Auto da Compadecida”, João Grilo, que ao longo da peça, engana por diversas vezes vários personagens a fim de obter vantagens, João chega até a a enganar o Cangaceiro Severino, que leva a morte do mesmo. Em seu julgamento apela à Compadecida, que discursa:
“É verdade que eles praticaram atos vergonhosos, mas é preciso levar em conta a pobre e triste condição do homem. A carne implica todas essas coisas turvas e mesquinhas. Quase tudo o que eles faziam era por medo. Eu conheço isso, porque convivi com os homens: começam com medo, coitados,