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Capítulo 2 : Educação e Sociedade A reflexão crítica sobre a educação deve partir do contexto social que envolve a educação e que a especifica, ou seja, verificando as determinações por parte da sociedade brasileira que é organizada nos moldes do sistema capitalista. Busca-se estabelecer as relações entre educação, cultura e sociedade segundo a perspectiva política da prática educativa elucidando algumas características da escola brasileira.
A educação é fenômeno histórico-social e se faz necessário refletir sobre o que seja a cultura uma vez que a cultura é transmitida pela educação. Como a cultura é o mundo transformado pelos homens, é necessário referir-se às relações dos homens com essa realidade que os cerca: o mundo. O mundo existe para o homem na medida do conhecimento que o homem tem dele e da ação que exerce sobre ele. O aspecto do mundo denominado “natureza” existe independentemente do homem e nela os homens estão inseridos como parte. Mas é no aspecto “cultura” que temos o mundo transformado pelo homem[1] por causa de sua necessidade, pondo em ação sua razão e sua criatividade. O homem é um ser que cria sua próprias necessidades. A cultura sendo tudo o que resulta da interferência dos homens no mundo que os cerca e do qual fazem parte, não seria correto não considerar que todos os homens são cultos na medida em que participam de algum modo da criação cultural.
O trabalho é a forma de intervir intencional e conscientemente dos homens na realidade; é o trabalho, é o labor que faz os homens saberem, serem. O trabalho é a essência do homem (grifo nosso). A sociedade se organiza com base na produção da vida material de seus membros e das relações daí decorrentes e a cultura, enquanto elemento de sustentação da sociedade e patrimônio dos sujeitos que a constituem, precisa ser preservada e transmitida uma vez que esta não é um patrimônio natural.
A escola é o espaço de transmissão sistemática do saber historicamente acumulado pela sociedade